Por que tratar e monitorar água de poços?
É curioso, mas ainda ouvimos muita gente nos perguntar a razão de tratar água de poço, alegando que a é limpa, cristalina e que lá no sítio do Tio Zé, todo mundo toma direto da torneira e está tudo bem. Mas esta pergunta não é feita só por pessoas com menos instrução, ouvimos isso também de profissionais das áreas de meio ambiente, segurança do trabalho, manutenção e outras, as quais exigem o mínimo de conhecimento sobre o assunto.
O fato é que água não é tudo igual, sua qualidade pode mudar consideravelmente mesmo sendo de fontes próximas, demandando cuidados de acordo com o uso que será dado a ela. Portanto, primeiramente deve-se estabelecer o objetivo do tratamento e monitoramento da água fazendo algumas perguntas. Existe legislação específica para o uso que será dado a água? Existem requisitos técnicos de qualidade para seu uso? Uma água de melhor qualidade, pode me trazer redução de custos com manutenção? Estas perguntas são primordiais, mas por vezes não são feitas e obviamente respondidas.
Água destinada ao consumo humano.
No Brasil, a legislação mais recente quanto a qualidade da água para consumo humano é a Portaria da Consolidação nº05/2017, esta portaria foi expedida pelo Ministério da Saúde e nela podem ser encontrados os limites de concentração de diversos parâmetros. Portanto, se a água for destinada ao consumo humano, cumprir os parâmetros de qualidade descritos nesta legislação será o seu objetivo.
Considerando que todos os parâmetros estejam em conformidade com a referida portaria, uma simples “cloração” da água de forma que mantenha o cloro residual livre entre 0,2 e 2,0 mg/L, é o suficiente para atingir seu objetivo.
Normalmente muitas pessoas são induzidas a pensar que consumo humano ocorre somente quando há ingestão da água, porém, a realidade vai muito além disso. No artigo 5º da Portaria da Consolidação nº05/2017, consumo humano é definido como água destinada a ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, ou seja, um simples contato da água com a pele é considerado consumo humano.
Água destinada a resfriamento e geração de vapor.
A água destinada à resfriamento e geração de vapor, normalmente é chamada de água industrial. Suas características devem priorizar a preservação dos equipamentos e eficiência na troca térmica, em resumo, a qualidade da água tem por finalidade evitar corrosão, incrustação, espuma e formação de lodo biológico.
Portanto, o tratamento da água deixa de priorizar a potabilidade e proteção microbiológica conferida pelo cloro, mas são usados produtos químicos com capacidade de amenizar os problemas citados anteriormente, tais produtos normalmente são dispersantes, inibidores de corrosão, sequestrantes de oxigênio, biocida e outros mais.
Em casos em que a água de alimentação naturalmente possui características muito agressivas aos sistemas, o tratamento químico pode se tornar financeiramente alto e com baixa eficiência, nestes casos, a água é submetida ao tratamento através de abrandadores, desmineralizadores, membranas de osmose reversa e outras tecnologias, as quais serão selecionadas de acordo com a qualidade da água bruta e o objetivo a ser alcançado com o tratamento.
Acima citamos apenas dois exemplos para o uso da água com técnicas de tratamento e monitoramento bastante distintos. Nota-se, portanto, a importância de definir o objetivo do uso, depois, defina o tratamento e o monitoramento para atingi-lo. Na contratação de uma empresa para execução do tratamento e monitoramento, busque uma que faça tal avaliação e lhe ofereça um projeto personalizado, específico para a sua necessidade, lembre-se, sistemas não personalizados podem ter custo baixo na implantação, mas sua operação seguramente lhe trará custos elevados.
Ivan Stacioni
Engº Ambiental e de Segurança do Trabalho
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